UMBANDA é religião!
Se dentro da Umbanda conseguimos nos religar com
Deus, conseguimos tirar o véu que cobre nossa ignorância da presença de Deus em
nosso íntimo, então podemos chamar nossa fé de Religião. Como mais uma das formas de sentir Deus em
nossa vida, a Umbanda cumpre a função religiosa se nos levar à reflexão sobre
nossos atos, sobre a urgência de reformularmos nosso comportamento
aproximando-o da prática do Amor de Deus.
A Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande
fundamento, baseada no culto aos Orixás e seus servidores: Crianças, Caboclos,
Preto-velhos e Exus. Estes grupos de espíritos estão
na Umbanda "organizados" em linhas: Caboclos, Preto-velhos, Crianças
e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem
específicas, mas todas subordinadas as forças da natureza que os regem, os
ORIXÁS.
Na verdade a Umbanda é bela exatamente
pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso é uma religião totalmente
brasileira.
Mas, torna-se imperioso, antes de ocuparmo-nos da
Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, expor
sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que
precipitaram o surgimento, na 1ª década do século XX, da mesma. Em 1500, quando
os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil ,
ao desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já
habitada por nativos. Os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias,
denominaram a estes aborígines de índios.
Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na
sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos
que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convivência se
encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil)
que os homens brancos estavam ali por motivos pouco nobres.
O relacionamento, até então pacífico, começa a se
desmoronar como um castelo de areia. São inescrupulosamente escravizados e
forçados a trabalhar na novel lavoura. Reagem, resistem, e muitos são ceifados
de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz desembarcar
na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são
despejados também na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos
físicos e morais, e até a subtração da própria vida.
Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo
sofrimento e pela ânsia de liberdade, desencarnavam e encarnavam nas Terras de
Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como encarnados, estes espíritos
lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com
que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que
lhes eram infligidos.
Além disso, muitas das crianças índias e negras eram
mortas, quando meninas (por não servirem para o trabalho pesado), quando
doentes, através de torturas quando aprontavam suas “artes” e com isso
perturbavam algum senhor. Algumas crianças brancas, acabavam sendo mortas
também, vítimas da revolta de alguns índios e negros.
Juntando-se então os espíritos infantis, os dos
negros e dos índios, acabaram formando o que hoje, chamamos de: Trilogia Carmática da Umbanda. Assim,
hoje vemos esses espíritos trabalhando para reconduzir os algozes de outrora ao
caminho de Deus.
A igreja católica, preocupada com a expansão de seu
domínio religioso, investiu covardemente para eliminar as religiosidades negra
e índia. Muitas comitivas sacerdotais são enviadas, com o intuito
"nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos.
A necessidade de preservar a cultura e a
religiosidade, fez com que os negros associassem as imagens dos santos
católicos aos seus Orixás, como forma de burlar a opressão religiosa sofrida
naquela época, e assim continuar a praticar e difundir o culto as forças da
natureza, a esta associação, deu-se o nome de "Sincretismo
religioso".
O candomblé iorubá, ou jeje-nagô, como
costuma ser designado, congregou, desde o início, aspectos culturais
originários de diferentes cidades iorubanas, originando-se aqui diferentes
ritos, ou nações de candomblé, predominando em cada nação tradições da cidades
ou região que acabou lhe emprestando o nome: queto, ijexá, efã. Esse candomblé baiano, que proliferou por
todo o Brasil, tem sua contrapartida em Pernambuco, onde é denominado xangô, sendo a nação egba sua principal
manifestação, e no Rio Grande do Sul, onde é chamado batuque, com sua nação oió-ijexá (Prandi, 1991). Outra variante
ioruba, esta fortemente influenciada pela religião dos voduns daomeanos, é o tambor-de-mina nagô do Maranhão. Além
dos candomblés iorubas, há os de origem banta, especialmente os denominados
candomblés angola e congo, e aqueles de origem marcadamente fom, como o
jeje-mahim baiano e o jeje-daomeano do tambor-de-mina maranhense.
Os anos sucedem-se. Em 1889 é assinada a "lei
áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São
abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social.
Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e
a desgraça do homem branco, reflexo do período escravocrata. No campo astral,
os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos),
cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos
existentes. O catolicismo, religião de predominância, repudiava a comunicação
com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em
reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de
"doutores". Os Senhores da Luz (Orixás), atentos ao cenário
existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela
que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíritos de boa vontade, que
quisessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas
encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no
Brasil.
Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a
Corrente Astral de Umbanda, com sua hierarquia, bases, funções, atributos e
finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro
Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo
Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras. No livro, o autor faz
um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de
Janeiro, àquela época, capital federal e centro socio-político-cultural do
Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários
segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal,
percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas,
sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra
ter sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa
edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.
A formação histórica do Brasil incorporou a herança
de três culturas : a africana, a indígena e a européia. Este processo foi
marcado por violências de todo o tipo, particularmente do colonizador em
relação aos demais. A perseguição se deveu a preconceitos e a crença da elite brasileira
numa suposta alienação provocada por estes cultos nas classes populares.
No início do século XX, o choque entre a cultura
europeizada das elites e a cultura das classes populares urbanas, provocou o
surgimento de duas tendências religiosas na cidade do Rio de Janeiro. Na elite
branca e na classe média vigorava o catolicismo ; nos pobres das cidades
(negros, brancos e mestiços) era grande a presença de rituais originários da
África que, por força de sua natureza e das perseguições policiais, possuíam um
caráter reservado.
Na segunda metade deste século, os cultos de origem
africana passaram a ser freqüentados por brancos e mulatos oriundos da classe
média e algumas pessoas da própria elite. Isto contribuiu, sem dúvida, para o
caráter aberto e legal que estes cultos vêm adquirindo nos últimos anos.
Esta mistura de raças e culturas foi responsável por
um forte sincretismo religioso, unificando mitologias a partir de semelhanças
existentes entre santos católicos e orixás africanos, dando origem ao Umbandismo.
Ao contrário do Candomblé, a Umbanda possui grande
flexibilidade ritual e doutrinária, o que a torna capaz de adotar novos
elementos. Assim o elemento negro trouxe o africanismo (nações); os índios
trouxeram os elementos da pajelança; os europeus trouxeram o Cristianismo e o
Kardecismo; e, posteriormente, os povos orientais acrescentaram um pouco de sua
ritualística à Umbanda. Essas cinco fontes criaram o pentagrama umbandista:
Cristianismo
|
Kardecismo
|
Africanismo
|
Indianismo
|
Os seguidores da Umbanda verdadeira só praticam rituais de Magia Branca, ou seja, aqueles feitos para melhorar a vida de determinada pessoa, para praticar um bem, e nunca de prejudicar quem quer que seja. Os espíritos da Quimbanda (Exus) podem, no entanto, ser invocados para a prática do bem, contanto que isso seja feito sem que se tenha que dar presentes ou dinheiro ao médium que os recebe, pois o objetivo do verdadeiro médium é tão somente a prática da caridad
Algumas casas de Umbanda homenageiam alguns Orixás do Candomblé, como por exemplo: Oxumarê, Ossãe, Logun-Edé. Mas os mesmos, na Umbanda, não incorporam e nem são orixás regentes de nenhum médium.
Nós temos os nossos guias de trabalho e entre eles existe aquele que é o responsável pela nossa vida espiritual e por isso é chamado de guia chefe, normalmente é um caboclo, mas pode ser em alguns casos um preto-velho
Aspectos Dominantes do Movimento Umbandista
1. Ritual, variando pela origem
2. Vestes, em geral brancas
3. Altar com imagens católicas, pretos velho, caboclos
4. Sessões espíritas, formando agrupamentos em pé, em salões ou terreiro
5. Desenvolvimento normal em corrente
6. Bases; africanismo, kardecismo, indianismo, catolicismo, orientalismo.
7. Serviço social constante nos terreiros
8. Finalidade de cura material e espiritual
9. Magia branca
10. Batiza, consagra e casa
Ritual
A Umbanda não tem, infelizmente, um órgão centralizador, que a nível nacional ou estadual, dite normas e conceitos sobre a religião ou possa coibir os abusos. Por isso cada terreiro segue um ritual próprio, ditado pelo guia chefe do terreiro, o que faz a diferenciação de ritual entre uma casa e outra. Entretanto, a base de todo terreiro tem que seguir o principio básico do bom senso, da honestidade e do desinteresse material, além de pregar, é claro, o ritual básico transmitido através dos anos pelos praticantes.
O mais importante, seria que todos pudessem encontrar em suas diferenças de culto, o que seria o elo mais importante e a ele se unissem. Tal elo é a Caridade!
Não importa se o atabaque toca, ou se o ritmo é de palmas, nem mesmo se não há som. O que importa é a honestidade e o amor com que nos entregamos a nossa religião.
FÉ E MUITA LUZ EM SEUS CORAÇÕES !
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